domingo, 27 de abril de 2008

Estava Tudo Aos Meus Pés Agora .

Sentia por baixo dos meus pés descalços o piso quente e húmido. Mesmo sem olhar para ele conseguia perceber que era relva, que era verde, porque cheirava a relva, cheirava a verde. O seu toque nos meus pés era doce e meigo, acarinhava-me como um berço, aliás, não podia ser de outra forma, era o chão que eu pisava, a minha casa, e era perfeita.
Abri os olhos devagar, tinha agora todo o tempo do mundo. O céu estava azul e o sol brilhava lá em cima, sentia que tudo ao meu redor transbordava vida, tudo estava certo agora. Sentei-me na relva, estava quente e húmida como os meus pés mo havia dito, e era o mais confortável de todos os bancos. Olhei ao longe e tudo estava verde, todo o chão à minha volta era relva, quente e húmida e viva. Via-a como um lençol pintado de vários tons, todos eles verdes, uns mais escuros como um dia de tempestade, outros mais claros como aquele dia, mas todos numa harmonia maravilhosa, perfeita.
Apesar de tudo estava parada, e eu sabia, sabia mesmo que ia ali ficar para sempre. Era ali que haviam sido plantadas as suas sementes, e já nada agora a podia levar dali. Não percebi o que tinha feito eu, o que era eu a mais do que aquelas simples plantas, porque é que elas estavam ali presas e eu não, eu tinha a possibilidade de me levantar e ir onde quisesse, eu estava livre e elas tinham raízes, eu podia dançar e elas somente embalar-se ao vento.
Desviei o meu olhar da relva ao longe, e fixei-o na que estava perto de mim. E foi aí que vi uma formiga com alimentos às costas, um gafanhoto aos saltos, uma cigarra a cantar, um escaravelho a reluzir. Foi aí que eu vi que tudo o que é realmente necessário está bem perto, não é necessário procurar na relva ao longe. Toda a vida e toda a glória estava ali, ali mesmo por baixo dos meus pés. E foi aí que percebi também que aquelas plantas a quem a princípio chamei de presas, tinham uma liberdade muito maior que a minha. Foi aí que percebi que tudo o que eu precisava estava mesmo ao meu lado, e a liberdade há muito que a tinha.

P.S. I’ve Never Had Someone , As Good For Me As You , No One Like You .
So Lonely Before , I Finally Found What I’ve Been Looking For .

( P.P.S. A propósito do texto anterior , surgiram algumas confusões : Eu gosto de Matemática . )


sábado, 26 de abril de 2008

Hoje Os Números Quiseram Ser Um Fruto Tropical

O sol queimava-me a face com delicadeza. Havia já muito tempo que não me queimava assim, firmemente e no entanto docemente, como um beijo de embalar. O livro de Matemática estava a aborrecer-me, a verdade é que tinha uma vontade enorme de sair dali e mergulhar naqueles campos que avistava da janela, esquecer-me dos números e de todas as responsabilidades do dia-a-dia. A janela entreaberta estava a enlouquecer-me, queria fugir dali e respirar a brisa que se fazia lá fora, a humidade do ar lá fora. Estava farta de estar ali presa como se mais nada houvesse senão os números, aqueles pequenos símbolos que batiam sempre certo, que eram sempre exactos, que não havia forma de se enganarem. Por mais que eu tentasse o resultado era sempre o mesmo, tudo dava certo ali, por mais voltas que eu desse não havia forma de os enganar, eram sempre eles os donos da razão. Num impulso fechei o livro, e levemente os olhos também. Respirei o ar de dentro de casa, era seco e sufocava-me. Levantei-me com receio, mas agora já não ia parar mais. Abri a porta e uma doce brisa embalou-me o corpo. Era quente, e o sol agora brilhava mais do que sempre, era ele o dono da razão agora e não mais os números do meu livro de Matemática. Caminhei pela rua que se desenhava à minha frente, sem saber onde me levava, e acarinhava as flores com a palma da minha mão. Eram suaves, com um pequeno aroma a doce e a vida, a liberdade também. Olhei para o céu, e estava agora mais azul. Celestial deveras, e pequenas nuvens como se bolas de algodão pintavam-no. Era o mais belo quadro de sempre.Respirei fundo e pensei que dali a umas horas as consequências iriam chegar, que aquilo era somente um bom momento sem nada de produtivo. Baixei a cabeça, caiu-me sem forças, mas de repente avistou cor. Uma flor estava a querer nascer, pequenos rebentos coloridos começavam a querer viver. Era uma flor de Maracujá, e por muito nova ou inexperiente que fosse, tinha muito mais razão e beleza do que um Pi Matemático.


P.S. Não vou mais procurar a razão das coisas, porque quando olhei para o céu naquele dia, soube que tudo é o que parece.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Droga Mais Doce .


Tenho um problema e não sei mais, não sei mais o que fazer para me curar, e mesmo que soubesse, já não sei se fugiria dele. Sinto uma revolta constante dentro do meu corpo, como se duas paredes cheias de força me puxassem em direcções contrárias e me rasgassem o coração. E eu sei que é verdade, eu tenho mesmo um problema, tu tornaste-te o meu vício, mas na verdade, eu gosto. Não sei mais como te dizer que estás dentro de mim, não sei o que fazer para ti, é tudo por tua causa, parece que nunca tenho o suficiente, és a droga mais doce. E eu tentei e tentei, mas minha obsessão não me deixa viver, não deixa mesmo, por mais que eu queira. E eu tento zangar-me contigo, tento convencer-me de que nada de bom me dás, mas depois beijas-me e esqueço-me de tudo outra vez, a culpa é toda tua, és a droga mais doce. E tudo o que tu fazes me deixa com um sorriso, tudo o que tu dizes me faz gostar mais de ti, és a droga mais doce. Os meus braços procuram-te e as minhas mãos encontram-te, sinto-te nas minhas entranhas e nas pontas dos dedos, és a droga mais doce. Consigo sentir-te mesmo quando não estás, anseio por te ver cada segundo sem ti, és tu que tornas o meu ar respirável, és tu, és a mais doce de todas as drogas.
E sei que estou a cair, sei o que significa estar perto de ti, aliás, está a doer-me a pele agora, mas eu já não sou quem era e a droga mais doce és tu, a minha droga és tu, és tu, somente tu. E eu só tenho dez anos agora.


P.S. I Picture Your Face , In The Back Of My Eyes .

sábado, 19 de abril de 2008

Estava Agora Nas Mãos De Uma Criança .


Nascer. Ninguém o faz de ar e vento, e ninguém tem poder algum para o fazer. Ninguém tem a possibilidade de nascer por si próprio, está tudo nas mãos de outrém, mais velho, mais experiente. O facto de estar presente no mundo não é da nossa responsabilidade, afinal, ninguém quis realmente pertencer-lhe. Foi somente obrigado a fazê-lo. Não me lembro, de todo, de dizer à minha mãe que queria vir morar para aqui, para junto de outras pessoas nascidas e para um mundo que pouco a pouco mais escuro se ia tornando. Não me lembro de lhe pedir uma casa redonda onde a grande maioria dos habitantes me eram desconhecidos. Não me lembro, de todo, de lhe dizer que queria nascer. De facto, nos últimos anos aprendi que nem tudo está nas nossas mãos. Estive com a minha mãe, protegida da luz e do escuro, do frio e da neve, durante nove meses. Não me lembro, também, dessa fase da minha vida. Mas a verdade é que existiu. O facto de estarmos dentro de alguém, de não virmos todos da mesma máquina produtora de objectos, torna cada pessoa única. Mas não a única. Somos muitos, talvez demais até, mas isso já não faz grande diferença, tudo se tornou uma rotina e vamos vivendo em harmonia, pouco a pouco, vamo-nos habitando às diferenças, ao facto de não virmos todos da mesma máquina produtora de objectos.

Renascer. E de repente, sinto que já nada faz sentido. Tudo o que batia certo até agora, deixara então de ter razão. Olhava à minha volta e via que não, que não existia a rotina e a habituação às diferenças, que afinal todos os respeitados provinham da mesma máquina produtora de objectos. Isso magoava-me, fazia-me culpar também a minha mãe por me ter dado esta casa redonda, esta casa que eu nunca lhe pedi. Será que também eu era assim, uma dessas pessoas vinda de uma máquina produtora de objectos? Não, eu não podia. Não podia de todo. E hoje a minha mãe já nada podia fazer, estava somente nas minhas mãos Renascer.
P.S. The children start to march , Against the world in which they have to live , And all the hate that's in their hearts , They're tired of being pushed around .
P.P.S. Turn The Page , Metallica .

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Hoje Decidi Ser Um Livro .

Definir o caminho deste blogue ocupou-me os pensamentos nos últimos tempos, e estive perto de desistir. Não era um acto de cobardia, era na verdade uma forma de acabar com este capítulo da minha vida, de seguir oficialmente em frente, de apagar todos os rastos do que fui. Tive muitas vezes vontade de o apagar, mas como li um dia, " O que está escrito está escrito e é meu ".
As definições foram sempre coisas que me assustaram, talvez pelo facto de serem definitivas, não sei bem. E esta é, de todo, a mais definitiva que já tomei. O último capítulo da minha vida está terminado, hoje decidi ser um livro e começar numa nova página os tempos que aí vêm, as agonias e felicidades que se avizinham. Decidi que não posso parar de partilhar o próximo nascer do sol nem as próximas dores de coração, porque o Mundo é feito de muitas pessoas e eu sou só mais uma sem paciência para ficar fechada. E acima de tudo, decidi que não posso parar de partilhar o que eu escrevo para te provar que os meus textos são muito melhores que os teus.

P.S. Não aceito comentários. Somente críticas.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Cinco E Vinte Da Tarde ( Parte II ) .

O aperto no meu coração era cada vez mais forte à medida que proferias tais palavras, à medida que via os teus lábios mexerem em direcção à rejeição. Eu já o sabia. Sempre o soube, e na minha cabeça sempre o tentei adiar, mas eu sabia, sabia mesmo que mais cedo ou mais tarde ia acontecer. E foi nesse dia que eu percebi, que apesar de meio ano de espera tudo fora em vão, nada passara de uma paixoneta para ti, percebi nesse dia que tudo o que eu te dei foi um pensamento soltado no ar, deixado vaguear sem destino.Foi nesse dia que a razão me atingiu o coração, que a razão guardada na minha mente chegou ao destino. Foi nesse dia que percebi que tu morreras, e que não havia nada que te acordasse dos mortos.
As lágrimas escorriam-me pela cara, cortavam como facas, rasgavam os meus lábios e punham um amargo salgado na minha boca, que fazia lembrar o toque da tua língua, e que fazia com que mais ainda se formassem. Secava-as em vão, nada fazia com que parassem, a dor dentro de mim era intensa e bruta, e não parava, era cada vez pior, mais agoniante, mais dolorosa.E de repente senti-me desidratada, já estava a chorar há cerca de três horas, mas perdi por completo a noção do tempo. As lágrimas secaram, já tinha esgotado todas as reservas líquidas do meu corpo, e caí no chão, mas a minha alma ainda doía, ainda chorava. O chão estava mais duro do que sempre, parecia mais impenetrável do que sempre, e a luz esbatia-se, ao longe, fugia de mim, eu era um repelente de alegria, um repelente de um mínimo de felicidade. Parte de mim morrera naquele dia, às cinco e vinte da tarde, naquele dia que deveria ter sido um igual a tantos outros, mas foi Aquele Dia, e eram Cinco E vinte Da Tarde.
Abri os olhos. Não sei quanto tempo dormi, parecia-me já não existir tempo. Olhei para o relógio e eram cinco e vinte da tarde, outra vez cinco e vinte da tarde, e num gesto instintivo coloquei a mão no peito. Não sentia o bater do coração, sentia-o longe, sentia que já não o tinha dentro de mim. Senti um vazio inexplicável dentro do meu corpo, porque era mesmo assim, eu já não passava de um corpo. O coração já lá não estava, já alguém o havia levado, e não fora durante o meu sono, já havia sido há muito tempo. Levantei-me, mas faltava-me força. A minha pele ardia, os meus lábios estavam secos, e toda a água, a fonte da vida, estava perdida de mim. Arrastei-me para outra divisão da casa, mas doía-me o peito, e o esforço intensificava a dor. Queria chorar mas não conseguia, estava tão vazia de água como de vida. Bebi. Bebi como se a continuação do mundo dependesse disso, bebi como se fosse a última vez que via água, bebi como se mais nada importasse.A minha pele começava finalmente a recompor-se, a ganhar cor outra vez, a deixar arder. Os meus lábios estavam carnudos de novo, o meu corpo começava a receber vida, mas o meu coração continuava sem bater. Continuava a senti-lo fora de mim, continuava aquela dor aguda no meu peito, e teimava em ficar. Quando voltei com a mente à realidade, senti medo, medo de tudo o que se tinha passado, eu não conseguia compreender o que se passava comigo, não conseguia compreender a ausência do meu coração, a dor no peito e o vazio do meu corpo. Olhei-me ao espelho, e tudo estava igual. Tinha a mesma cara de sempre, o mesmo corpo de sempre, mas o coração permanecia fora de mim e a dor no peito teimava em ficar.
Lembrei-me de ti, do teu olhar amendoado, do teu cabelo doirado e da tua forma de andar. Lembrei-me desse teu ser, dos teus lábios perdidos nos meus, do teu perfume e das tuas mãos enlaçadas nas minhas. Lembrei-me do dia em que me disseste que eu era tudo de ti. Lembrei-me das cinco e vinte da tarde passadas contigo, e lembrei-me também do último olhar que me dirigiste. E tive vontade de chorar, na verdade eu tentei produzir lágrimas, mas o meu peito doía demasiado, e não tinha forças para tal, não tinha capacidade para desperdiçar água do meu corpo. Mas a minha alma, essa chorava, essa não ia parar nunca, essa sentia a falta do teu ar a todos os segundos. A certa altura senti a respiração difícil, e percebi que tal facto se dava porque o ar, o ar que eu respirava já não era respirado por ti. Doía-me o peito e a entrada do ar porque o ar, o ar que me entrava já não te entrava a ti também, porque tu estavas morto, estavas morto e nada te iria fazer voltar. E foi nesse momento, em que eram cinco e vinte da tarde, que percebi que a dor no peito ia ser eterna, porque não havia nada que te acordasse dos mortos.E hoje a dor no peito ainda a sinto, ainda dói como no primeiro dia, e são cinco e vinte da tarde outra vez . Mas apesar de tudo, as reservas de água esgotaram-se, e também foi para sempre. E talvez tenha sido por isso, por pedido do meu corpo, do facto de eu ser Humana, que fez com que hoje, às cinco e vinte da tarde, eu desistisse de Ti. E isso também para sempre.

Cinco E Vinte Da Tarde .

O caminho do sangue pelas minhas veias tornava-se difícil, e a função dos meus sentidos desvanecia. Já não sinto o teu perfume, já não recordo o sabor da tua boca na minha, esqueci por momentos a cor avelã dos teus olhos. Eram cinco e vinte da tarde e seguindo a rotina habitual foquei o meu olhar no teu. E foi então que eu vi. Para mim a vida perdeu o sentido, se é que alguma vez existiu um. A passagem do sangue pelas minhas veias tornou-se difícil, e nas artérias, Oh!, aí era quase impossível. O meu coração batia com mais força, com uma intensidade bruta, mas eu sentia falta de vida, sentia-me vazia de mim.Eram cinco e vinte da tarde e vi o teu olhar no dela. Os teus olhos tinham um caminho traçado e nada ia mudar isso, estavam perdidos na imensidão do seu corpo e reflectiam a alegria que te ia no coração. Eram cinco e vinte da tarde. E tal como um dia fizeste com que me apaixonasse por esse teu olhar, nesse dia, às cinco e vinte da tarde, mataste-me com ele.

domingo, 6 de abril de 2008

Estrela Que Brilha Em Mim .

Inclinei-me para ti. Sentia o meu sangue aquecer dentro das minhas veias, corria mais depressa, mais depressa, mais depressa. O batimento do meu coração estava cada vez mais acelerado, e tudo à minha volta perdia importância. De repente deixei de ouvir os pássaros, deixei de ouvir o rio a correr, deixei de cheirar a humidade e o perfume do campo e somente os meus olhos mantiveram a sua função. Naquele momento tiraste-me os sentidos, e na verdade, eu deixei. Inclinei-me para ti, e de mais não me lembro. Os meu lábios pediam que me inclinasse mais ainda, e eu não pude resistir. Eu tentei, juro que tentei afastar-me, tentei perceber que nada daquilo estava certo, e no fundo eu sabia-o, mas não fui capaz de resistir. A tua boca tocou na minha como se de uma brisa matinal se tratasse. Tudo à minha volta parou, não sei o tempo que assim estivemos, abraçados, fechados um no outro como se fosse a última vez. Dei-te tudo de mim, esqueci a minha existência, até porque naquele momento deixei de existir sem a tua presença. E na verdade tu estavas lá, estavas lá a dar-me tudo o que era essencial à minha vida, tudo o que mantinha a minha máquina cá de dentro a funcionar.

Era meia noite, suponho eu. Não tive vontade de olhar para o relógio, na verdade a minha vida agora já não se resume ao passar dos minutos e das horas, a minha vida já não se resume à espera. Eu estava ali deitada, e só aquele preciso momento existia, nada do que viria a seguir me importava, porque por mais que o relógio avançasse tu já não irias voltar. Estava a contar as estrelas, não sei com que objectivo, até porque sei que a maior parte das que vi já não existem, são um reflexo de luz que existiu há milhões de anos atrás. Mas na verdade eu contava-as, talvez por falta de imaginação, ou talvez por já nada ter por que lutar, já nada ter para dar nem para realizar no mundo. A certa altura perdi-lhes a conta. E pensei que talvez lá no meio estivesses tu, a olhar para mim, a inclinares-te para mim, tal como um dia eu o havia feito. Pensei que talvez lá estivesses tu, e que ainda me davas tudo o que era essencial à minha vida, tudo o que mantinha a minha máquina cá de dentro a funcionar.

P.S. ( You're my Star shining on me now , A love from worlds apart , I need for you , You are my shining star , My star ) .

sábado, 5 de abril de 2008

Mãos Dadas Por Mais Mil Noites Iguais A Ontem .

E vaguei nos últimos tempos, talvez perdida, talvez à procura da única coisa que me faltava.
Transportava nuvens de pensamentos, alguma claras como o brilho do teu olhar esbatido, outras escuras como águas turvas. E vi-te, tão perdido quanto eu, e reconheci todo esse encanto do teu ser. Não acreditava no que via, apenas sentia no meu coração a resposta, é Ele! Ele, o mesmo que me largou um dia, que numa outra vida, jurou que jamais me esqueceria. Não dei razão ao coração, e segui o meu caminho, tive medo e fugi.
Doeu, chorou, e voltou a doer. Após dias de caminhada, não sentia mais a dor, ria-me dela por ser tão inocente, e acreditar nessas coisas de amor. Mas de repente, olhei para trás e vi, estava ali parado à minha frente, o motivo da ausência da dor. Era ele, novamente.

P.S. ( I Want That Our Hands Stayed Given For More One Thousand Nights , Just Like Yesterday. )