domingo, 6 de abril de 2008

Estrela Que Brilha Em Mim .

Inclinei-me para ti. Sentia o meu sangue aquecer dentro das minhas veias, corria mais depressa, mais depressa, mais depressa. O batimento do meu coração estava cada vez mais acelerado, e tudo à minha volta perdia importância. De repente deixei de ouvir os pássaros, deixei de ouvir o rio a correr, deixei de cheirar a humidade e o perfume do campo e somente os meus olhos mantiveram a sua função. Naquele momento tiraste-me os sentidos, e na verdade, eu deixei. Inclinei-me para ti, e de mais não me lembro. Os meu lábios pediam que me inclinasse mais ainda, e eu não pude resistir. Eu tentei, juro que tentei afastar-me, tentei perceber que nada daquilo estava certo, e no fundo eu sabia-o, mas não fui capaz de resistir. A tua boca tocou na minha como se de uma brisa matinal se tratasse. Tudo à minha volta parou, não sei o tempo que assim estivemos, abraçados, fechados um no outro como se fosse a última vez. Dei-te tudo de mim, esqueci a minha existência, até porque naquele momento deixei de existir sem a tua presença. E na verdade tu estavas lá, estavas lá a dar-me tudo o que era essencial à minha vida, tudo o que mantinha a minha máquina cá de dentro a funcionar.

Era meia noite, suponho eu. Não tive vontade de olhar para o relógio, na verdade a minha vida agora já não se resume ao passar dos minutos e das horas, a minha vida já não se resume à espera. Eu estava ali deitada, e só aquele preciso momento existia, nada do que viria a seguir me importava, porque por mais que o relógio avançasse tu já não irias voltar. Estava a contar as estrelas, não sei com que objectivo, até porque sei que a maior parte das que vi já não existem, são um reflexo de luz que existiu há milhões de anos atrás. Mas na verdade eu contava-as, talvez por falta de imaginação, ou talvez por já nada ter por que lutar, já nada ter para dar nem para realizar no mundo. A certa altura perdi-lhes a conta. E pensei que talvez lá no meio estivesses tu, a olhar para mim, a inclinares-te para mim, tal como um dia eu o havia feito. Pensei que talvez lá estivesses tu, e que ainda me davas tudo o que era essencial à minha vida, tudo o que mantinha a minha máquina cá de dentro a funcionar.

P.S. ( You're my Star shining on me now , A love from worlds apart , I need for you , You are my shining star , My star ) .

3 comentários:

R. Branco disse...

Imagino onde tenha sido inspirado :P

Amei*

Anabela Magalhães disse...

Eu também imagino. :)
Gostei muito, Verinha, de te continuar a ler e a ver tratar os sentimentos por tu.

Anónimo disse...

Também eu gostaria de ser a esrela que brilha em ti :(