Hoje, depois de tanto tempo fechada no escuro, abri finalmente a janela. E doeu, não posso mentir agora, doeu muito.
Estava tão habituada à escuridão, ao sombrio e ao frio, que abrir a janela foi para mim um facada nas costas. Os meus olhos derramaram lágrimas, a minha pele arrepiou-se, e doeu.
Doeu muito.
Havia nevoeiro e chuva, e frio outra vez, tal como no interior do meu quarto. Era tudo muito parecido ao que estava habituada. Mas era dia.
E os raios de Sol, apesar de fracos e cansados, conseguiam penetrar a tempestade. E eu percebi que o meu quarto, era um lar para mim, como as trevas o são para os monstros. Porque era nisso que eu me transformava dia após dia, estava a enlouquecer. E foi então que à luz dos raios de Sol, consegui avistar um pequeno pedaço de coração dentro de mim. E doeu, doeu muito.
Eu pensava já não ser mais que um vulto, que um farrapo velho sem vida. Mas ali, olhando pela janela, e com a luz dos raios de Sol, percebi que a Felicidade está mais perto, está ali mesmo ao virar da esquina, e que tu fantasma, desaparecerás muito mais rápido com a ajuda de todos esses anjos do dia, que estiveram sempre à minha janela, esperando que um dia, docemente eu a abrisse para eles.
Doeu, doeu muito. Mas a espera também doi.
domingo, 6 de janeiro de 2008
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1 comentário:
Que lindo texto! Gostei. Gostei muito.:)
Bjs
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