Tudo o que eu queria era ver o tempo a parar, ficar para sempre a espiar o azul-escuro da noite e o brilho da lua a criarem texturas de museu sob tua pele branca, jamais deixar de respirar os restos de fumo do teu cigarro que sai quente dos teus pulmões, agora vazios – porque tudo é nada sem ti aqui. O meu mundo está perdido, até eu estou perdida em cada cuidada linha do teu corpo, tudo deixou de fazer sentido e culpa é minha, a culpa é da forma como olhei para os teus olhos perdidos naquele dia, a culpa é minha por ser tão arrogante e pensar que o meu coração estava livre de perigo para sempre. Afinal enganei-me, afinal toda a tua doçura e todo o teu calor conseguiram eliminar de mim todas as protecções que eu criara, afinal tu foste o único ser no mundo capaz de me arrancar do peito o único bocado de sanidade que me restava. Mas a culpa não é tua, é minha por não ser capaz de te mostrar a tempestade que me provocas, é minha por não ser capaz de fazer nada para pôr o meu mundo a girar outra vez.
Desculpa eu ser fraca demais para voltar a olhar para o teu rosto perfeito, desculpa eu não ter força suficiente para voltar a sentir o cheiro a maçã à volta do teu cabelo louro, desculpa eu estar tão perdida e não ser capaz de te encontrar.
Tudo o que eu queria era ver o tempo a parar, era poder usufruir do meu céu que está preso em ti, era poder abraçar o teu corpo com força e dizer-te que não tenho mais medo. Mas eu sou fraca, sou fraca e não sou capaz de voltar a cruzar os meus olhos com os teus, sou fraca e não tenho força para reproduzir a tua voz dentro de mim mais uma vez. Mas a culpa não é de toda a beleza que guardas dentro de ti, nem do teu perfeito alinhamento de dentes, nem do movimento delicado das tuas mãos, nem dos teus dedos,.. a culpa é dos meus medos, é toda deles, desculpa-me eu não saber mais o que fazer sem ti aqui.
domingo, 13 de setembro de 2009
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