Senti uma enorme necessidade de te escrever:
Não desprezo o trabalho dos grandes estudiosos e trabalhadores que procuraram significados para as palavras bonitas e as juntaram no dicionário, não julgo quem usa frases feitas, até existem algumas com razão e significado e, sem dúvida, são especiais para terem ficado na memória das pessoas, mas neste momento quero escrever algo diferente de tudo, algo para ti.
Não desprezo o trabalho de quem escreveu os dicionários e reuniu todas as palavras bonitas, mas de facto, neste momento não há nada que me diga para as usar no que escrevo para ti. Existem milhares de sinónimos para o bater apressado do coração quando te vejo, mas não me parece que nenhum deles o exprima na perfeição, não me parece que nenhuma dessas palavras bonitas que os estudiosos e trabalhadores reuniram no dicionário sirva para te dizer tudo o que vai dentro de mim.
Quero mesmo escrever para ti neste momento, quero mesmo escrever algo diferente de tudo, mas o único meio para o realizar é usar palavras, essas que nada são para além de palavras, e desculpa, mas não as posso amar, porque não têm dureza ou moleza, não têm cheiro nem cores nem arestas, não têm gosto, não têm nada, nada são para além de palavras, e acredita, meu amor, que continuo sem desprezar o trabalho dos estudiosos e trabalhadores que as reuniram no dicionário.
Talvez seja por isto que os textos de amor se tornaram banais ao longo do tempo, talvez seja por isto que nenhum desses textos desperte qualquer tipo de emoções nos homens, porque contêm somente palavras, e por muito que goste de brincar e gozar com elas, nunca nenhuma te conseguirá dizer aquilo que vai dentro de mim, aquilo que sinto quando te tenho aqui comigo, ao meu lado.
Porque também Amor é uma palavra, e talvez também ela banal demais para te dizer tudo o que quero, talvez também ela só mais uma palavra que eu nunca poderei amar, talvez demasiado banal ao lado de todas as acções, cheiros e gostos dos nossos momentos, mas a Única que encontro no vasto dicionário para transmitir ao mundo um pedaço daquilo que me fazes sentir, daquilo que jamais poderei explicar na perfeição.
sábado, 16 de agosto de 2008
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3 comentários:
Sem palavras.
E' mesmo perfeito o texto.
Muito lindo, Vera.
Realmente, tens razão ao dizer que com o tempo, com o uso desadequado, as palavras dos textos de amor começam a repetirem-se e temos a sensação que é apenas mais um texto, sem nada de inovador ou autêntico. Mas acredito que se formos sinceros ao escrevê-los, se exprimir-mos com autenticidade o que realmente sentimos, os textos de amor premaneceram inovadores porque todos vemos e sentimos o amor de forma diferente.
Vou ler agora os teus textos todos para estarmos em pé de igualdade :P
Com igual admiração,
Rita Lobo @
Também nao sei para quê, mas deixar de as usar seria pior do que lhes perder os sentido.
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