domingo, 31 de agosto de 2008

Noite Fria / Coração Quente

Estava escuro no corredor, e o teu rosto levemente iluminado por um raio de luz que escapava por baixo da porta. Olhaste-me nos olhos, como fazias sempre, mas agora eles brilhavam mais que nunca, irradiavam uma luz nova que nunca outrora eu havia presenciado noutro qualquer diamante ou jóia no mundo. A tua mão esquerda tocou-me na bochecha, aproximaste-te mais de mim e o meu coração acelerou como nunca antes. Deste-me um beijo suave na testa, como fazias habitualmente. De repente, quando pensei que os teus lábios recuassem, deslizaram pela minha cara até aos meus, e tocaram-se pela primeira vez, naquela noite, naquela noite fria em que me aqueceste a alma e o coração. Quando abri os olhos, pensei acordar de um sonho, mas logo me desenganei, lá estavas tu, à minha frente, com os olhos mais brilhantes e perfeitos do mundo, com a tez mais morena e suave que alguma vez vira, mais bonito e maravilhoso do que qualquer outro ser no vasto universo.
O meu coração ainda batia a cem à hora, e uma lágrima percorreu-me o rosto. Ali, naquela noite fria em que os teus lábios tocaram os meus, tive a certeza de que te amava perdidamente, de que te amava até morrer.
E não é como eles dizem, o escuro e o vazio não se parecem com Londres, onde chove todos os dias, pois nunca outrora tão grande felicidade me invadira a alma e o coração que aqueceste, ali, naquela noite fria, naquela noite em Londres.


P.S. Better Together - Jack Johnson

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Esboços ( Parte I ) .

Atwood,
Duas e cinquenta e sete da manhã. Estás a tirar-me o sono, novamente. O ar no meu quarto está abafado e cheio de ti, ainda, e há cerca de meia hora semi-abri a janela. Nada mudou.
Quinze minutos mais tarde, abri-a inteiramente. Tudo ficou igual. Estás a tirar-me o sono, novamente.
Consigo ainda ouvir a tua voz melodiosa há cerca de quatro horas a pronunciar cuidadas e perfeitas promessas, o teu perfume ainda se faz sentir nas minhas roupas e nas minhas mãos, e o teu rosto – sempre com um sorriso pintado – teima em surgir quando os meus olhos se cerram, e tirar-me o sono outra vez.
O ar cá dentro continua apertado, e continua a irradiar o teu perfume, e a tirar-me o sono, outra vez. De facto, tudo fica melhor assim. Os meus olhos estão semicerrados, e por entre os meus lábios – agora em forma de coração – conseguem avistar-se pequenos quadradinhos brancos e brilhantes: Acreditas que hoje a falta de sono me fez Sorrir?

Três e quarenta e quatro da manhã: Estás a tirar-me o sono, outra vez. E de facto, tudo fica melhor assim, visto que os meus olhos estão ainda semicerrados e os meus lábios em forma de coração.

Coop.

sábado, 23 de agosto de 2008

Palavras ( Realmente, Para Quê!? ) .

Love you like the stars above @
"Gosto muito de ti.
E não de um modo draconiano ou austero, nem tão pouco taciturno, mas com algo de soberano e intenso que me revolve e enche de júbilo. No entanto, os textos de nada valem quando as palavras ebulem nesse calor que reconforta a alma e me adorna com um sorriso a cada gesto teu.
E dou por mim a pensar que nos assuntos do coração talvez seja outra a linguagem...
E amo-te, de corpo e alma e coração."

JR

sábado, 16 de agosto de 2008

Palavras ( Para Quê? ) .

Senti uma enorme necessidade de te escrever:
Não desprezo o trabalho dos grandes estudiosos e trabalhadores que procuraram significados para as palavras bonitas e as juntaram no dicionário, não julgo quem usa frases feitas, até existem algumas com razão e significado e, sem dúvida, são especiais para terem ficado na memória das pessoas, mas neste momento quero escrever algo diferente de tudo, algo para ti.
Não desprezo o trabalho de quem escreveu os dicionários e reuniu todas as palavras bonitas, mas de facto, neste momento não há nada que me diga para as usar no que escrevo para ti. Existem milhares de sinónimos para o bater apressado do coração quando te vejo, mas não me parece que nenhum deles o exprima na perfeição, não me parece que nenhuma dessas palavras bonitas que os estudiosos e trabalhadores reuniram no dicionário sirva para te dizer tudo o que vai dentro de mim.
Quero mesmo escrever para ti neste momento, quero mesmo escrever algo diferente de tudo, mas o único meio para o realizar é usar palavras, essas que nada são para além de palavras, e desculpa, mas não as posso amar, porque não têm dureza ou moleza, não têm cheiro nem cores nem arestas, não têm gosto, não têm nada, nada são para além de palavras, e acredita, meu amor, que continuo sem desprezar o trabalho dos estudiosos e trabalhadores que as reuniram no dicionário.
Talvez seja por isto que os textos de amor se tornaram banais ao longo do tempo, talvez seja por isto que nenhum desses textos desperte qualquer tipo de emoções nos homens, porque contêm somente palavras, e por muito que goste de brincar e gozar com elas, nunca nenhuma te conseguirá dizer aquilo que vai dentro de mim, aquilo que sinto quando te tenho aqui comigo, ao meu lado.
Porque também Amor é uma palavra, e talvez também ela banal demais para te dizer tudo o que quero, talvez também ela só mais uma palavra que eu nunca poderei amar, talvez demasiado banal ao lado de todas as acções, cheiros e gostos dos nossos momentos, mas a Única que encontro no vasto dicionário para transmitir ao mundo um pedaço daquilo que me fazes sentir, daquilo que jamais poderei explicar na perfeição.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

MemeMosaico



1.O seu primeiro nome?
2.Comida preferida?
3.Em que escola estudou?
4.Cor favorita?
5.A sua «celebrity crush»?
6.Bebida preferida?
7.Férias de sonho?
8.Sobremesa preferida?
9.Carreira de sonho?
10.O que mais ama na vida?
11.Uma palavra para se descrever?
12.Nome de utilizador do Flickr (se não aparecer nenhum resultado, usem um de outro site qualquer)
P.S. Admito um pouco de subjectividade.

Não Me Pares Agora .


Atrás das minhas costas ainda existiam sinais do meu quarto vazio e das lágrimas que derramara faz já muito tempo. As minhas pegadas estavam marcadas no solo atrás de mim, os sinais de frustração e desespero estavam lá ainda, mas agora atrás das minhas costas.
Olhei em frente e o caminho não tinha pegadas nem frustrações, estava vazio e algo cá dentro me pedia para o marcar, para fazer dele mais um pedaço de estrada.
As veias e as artérias contorceram-se cá dentro e sufocaram-me, o meu coração batia mais e mais rápido e o medo subia-me pelos espaços livres de apertos. Não sei o que me deu ali, não percebi bem porque cedi até, mas de facto estava cansada do que deixara para trás das costas e resolvi que sim, que era altura de marcar o caminho à minha frente e de fazer dele mais um pedaço de estrada.
O aperto desapareceu e o coração desacelerou, o medo perdi-o e sorri como havia muito tempo não o fazia. Não me apetece dizer mais nada.
Vou fazer do caminho à minha frente mais um pedaço de estrada, e talvez um dia volte para contar o que aconteceu, o que me dominou. Talvez um dia volte para contar outra história, outra que não deixará de ser a mesma, visto que eu sou eu, e independentemente das histórias isso nunca mudará.



P.S. Don’t Stop Me Now - Queen