segunda-feira, 28 de julho de 2008

Cabeças Encostadas e Ombros Em Paralelo .


Gosto do teu ar, do teu olhar, da tua forma de andar, das tuas mãos guardadas nas minhas, gosto de te cheirar, de te sentir, de me calar para te ouvir, de me deitar ao teu lado para dormir e depois acordar, depois levantar, e de rir e dançar e cantar cada dia outra vez, começar um novo dia e sonhar. Gosto da tua boca certa e do teu cabelo farto, da tua voz cantada e aconchegante, dos teus beijos longos, dos teus abraços infinitos, das tuas piadas e risadas, dos teus braços à volta dos meus, as duas cabeças encostadas, os ombros em paralelo, gosto do teu sorriso aberto, da tua cabeça arejada e do teu olhar mais secreto. Gosto de te ver a rir e a brincar, gosto do teu cheiro e do teu olhar, gosto de te ter sempre por perto e de sentir que tudo está certo, de saber que afinal vale a pena acreditar que um dia a paz acaba sempre por chegar, que não existem esperas vãs nem dias perdidos, que todas as noites são de lua cheia e que todas as manhãs estão cheias de ti, meu amor, quero-te, quero-te, quero-te. Por isso abre as mãos e o peito, deixa-me ficar para sempre lá dentro, guarda-me em ti e espera sem esperar a cada dia que passar, que este meu amor intenso, doce e intemporal resista ao tempo, resista ao medo, resista ao mundo, resista a tudo e não precise de mais nada a não ser de TI, tu que és o princípio e o fim, que estás sempre no meio de tudo, que atravessas a vida de mão dada comigo, que eu amo, amo, amo.
P.S. " Love of my life, don't leave me " 22.07.2008

terça-feira, 1 de julho de 2008

Meio Vazio / Meio Cheio

PP/M,

Não. Tu não sabes nada.
Porque é que para ti tudo tem de ser certo e exacto, não sei. Tu não sabes nada, só sabes números e fórmulas e palavras caras. Tu não sabes nada, à excepção daquilo que nunca mudará. Tu não sabes o rio e o céu porque o amanhã pode não querer levantar-se, tu não sabes o amor e o toque de alguém porque isso te pode fugir entre as mãos, tu não sabes escrever palavras básicas porque o seu significado não é específico, tu não sabes nada. Tu não és como eu, há demasiadas controvérsias na tua vida complicada, e tu não sabes nada, tu não sabes o quão maravilhoso é acordar e não saber nada, tu não sabes a frescura da ignorância química e matemática, tu não sabes nada.
Eu escrevo tragédia e amor, eu escrevo o que o meu coração manda para as minhas mãos e tu não sabes o que é isso, tu não sabes nada para além da escrita correcta e das palavras específicas, tu não sabes escrever nada para além do que a tua cabeça exige e do que eles querem ler, tu não sabes nada.
Os teus textos talvez façam mais sentido que os meus, talvez, mas tu não sabes nada para além disso, do sentido. O que escrevo está vazio? Tu não sabes nada, tu não és como eu e nunca vais saber se as letras do meu papel estão meias vazias ou meias cheias, porque eu escrevo tragédia e amor e tu não sabes isso, tu não sabes nada, não sabes mesmo nada, e hoje vais sentir pela primeira vez a frescura que é a ignorância.

Com amor.